
No Brasil, nesse ano, o mês de setembro trouxe à tona reflexões em torno da comemoração da nossa independência de Portugal em 1822. Uma tensão de vozes nas escolas ecoou pelo nosso país em espaços coloridos de verde e amarelo e... Rosa!
Desde 2014, também no Brasil, a cor amarela, no mês de setembro, é associada à prevenção do suicídio; a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), lançam, em 2023 a campanha cujo tema, esse ano, é lembrar a todos sobre a importância das outras pessoas nas nossas vidas.
Quando sugerimos ampliar o debate sobre os “outros em nossas vidas” o desafio parece ser a maneira que cada um de nós lida com o diferente, escutando as vozes que, a princípio, nos parecem tão distantes da nossa. Recentemente a cor rosa parece ter trazido, pelo mundo, a possibilidade de criarmos alguns contrapontos nesse campo, prestando mais atenção à nossa incapacidade de enxergar além do que os nossos olhos conseguem ver.
Vestidas de vários tons de rosa vimos uma multidão de pessoas perambulando em direção às salas de cinema para assistir à personagem Barbie - a princípio só mulheres e meninas com suas mães, avós e tias. Aos poucos outros se juntaram a elas – irmãos, primos, namorados, maridos. O filme Barbie foi além do fenômeno de bilheteria e lucro para seus produtores – plantou em corações e mentes a semente do contraponto. Sem estragar a sua possível ida ao cinema com spoilers posso garantir que será impossível não pensar sobre o que os personagens principais nos propõem: os papéis estabelecidos para homens e mulheres em nossa sociedade.
A luta contra o preconceito e a desinformação, em todos os campos, parece ser vital nesse momento de nossas vidas em que as nossas certezas precisam ser revistas, com acolhimento, atenção e calma. Utopias? O poeta nos diria que triste é o mundo sem elas.
Vanessa Meirelles
Psicopedagoga Pesquisadora da Identidade Humana
Mestre em Psicologia Social pela PUC São Paulo
Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp 722
Imagem: Pawel Czerwinski
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