
Pais e professores vem se questionando sobre os efeitos dos vídeos curtos com edição acelerada e trilha-sonora que cola nos ouvidos. A crescente expansão do número de usuários do TIK TOK assusta - em 2021 a rede social ultrapassou a marca de um bilhão de inscritos! Apesar de não permitir a entrada de menores de 13 anos, crianças driblam os termos com contas falsas e comemoram o acesso ao fenômeno social da vez. No Brasil o TIK TOK fica atrás apenas do WhatsApp.
Jovens em idade escolar passam uma grande parte de seu dia no aplicativo - para muitos não bastam as 12 horas do dia, precisam de mais! Algumas crianças até varam a noite plugadas na telinha de seus smart-phones. Estudos apontam para as possíveis razões por detrás desse cenário: o bom e velho prazer, conseguido de forma rápida, fácil e constante, deixando em todos o gosto de quero mais. Sempre mais! Seria isso um problema?
Pesquisas em universidades pelo mundo revelaram que assistir ao material disponibilizado pelo TIK TOK ativa as áreas do cérebro responsáveis por sensações de prazer diretamente ligadas ao sistema de recompensa. Trocando em miúdos? Assistir aos vídeos produz uma imediata e rápida sensação de bem estar no organismo dos usuários, como afirmam cientistas: "o cérebro recebe uma enxurrada de uma substância chamada dopamina, o que leva à sensação de felicidade" afirmam profissionais da Associação Brasileira de Neurologia. Prazer rápido combinado ao esforço mínimo? Sim, principalmente quando comparado a outras tarefas do mundo escolar que exigem mais atenção, a exemplo da leitura. Esta também pode gerar prazer porém, demanda mais tempo do leitor: a recompensa às vezes só vem na última página…
Ora, se aprender a retardar a gratificação, ou seja, conseguir persistir em uma tarefa que somente ao final dará prazer, faz parte do amadurecimento humano, o que estaria aprendendo nossa juventude quando interage no TIK TOK?
As respostas dos participantes da pesquisa trazem algumas pistas para refletirmos: " eu assisto para passar o tempo e me sentir mais feliz" ou " para escapar de algo" . Outros afirmam estar ali "para saber das novidades".
E você? Acredita que felicidade rima com velocidade? Ou prefere ensinar aos jovens a investir no hábito de persisitir?
Pense, sem pressa!
Vanessa Meirelles
Psicopedagoga Pesquisadora da Identidade Humana
Mestre em Psicologia Social pela PUC São Paulo Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp 722
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