Pesquisas consagradas no campo educacional apontam para o fato de crianças e jovens aprenderem mais e melhor em ambientes em que se sentem bem e seguros. Mas o que isso quer dizer, na prática, quando o assunto é o espaço escolar?
Podemos listar vários indicadores utilizados para analisar o que se convencionou chamar de " clima escolar " , como por exemplo, os problemas de indisciplina, as questões relacionadas ao bullying e à desordem. Concluiria-se daí que quanto maior o número desses eventos, maior a insegurança e o mal-estar dos alunos e, consequentemente, pior seria o seu aprendizado.
Um olhar menos atento poderia concluir então que o melhor caminho para garantirmos um melhor aprendizado seriam abordagens cujas medidas disciplinares garantissem imediatamente essa segurança, tão necessária ao bom aprendizado - não à toa voltaram ao debate a questão da ordem e as maneiras pouco democráticas de garantí-la quando o assunto é espaço escolar, como a proposta da escola civico-militar!
Para aprofundar um pouco mais a reflexão sobre esse assunto vale pensar sobre os dados produzidos pelo IEDE (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) que em pesquisa mais recentemente se apoiou no PIRLS (Exame Internacional de Leitura) e delineou um outro cenário, complementando o que descrevi no início desse post: a qualidade das relações estabelecidas entre alunos, professores e equipes pedagógicas impacta diretamente no clima escolar e consequentemente na segurança, no bem-estar e na melhor qualidade do aprendizado de toda a comunidade. Resumindo: garantir a segurança e o bem-estar investindo na melhoria das relações entre as pessoas que estão no espaço escolar cria as condições para melhores aprendizagens.
A surpresa nessa investigação do IEDE ficou por conta de um dado interessante que essa pesquisa revelou: a melhoria do clima escolar também promove a equidade.
Pois bem, com isso tudo em mente te convido para pensar na instituição que as crianças e jovens próximos a você estudam, sejam eles seus filhos, sobrinhos ou netos. O que você percebe quando o assunto é o bem-estar de quem circula na escola deles?
Estou por aqui caso queira partilhar comigo o que percebeu!
Abraço
Vanessa Meirelles
Psicopedagoga Pesquisadora da Identidade Humana
Mestre em Psicologia Social pela PUC São Paulo
Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp 722
Membro da Associação Brasileira de Psicomotricidade - ABP 02.445.839
Imagem: Taylor Flowe
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